A noite chega certa, serena,
indiferente de mim!
Na tua ausência, feita de pena,
Aceito a angústia, mesmo assim...
Noite longa, noite fria,
Traz-me à tela da memória,
Ilusões de alegria,
Sonhos d'amor, inda sem estória.
Fecho os olhos p'ra te ver,
Desenho-te ao meu lado.
Imagino, quero crer,
És agora o meu fado!
Adentro a noite calma,
Mil prazeres imagino;
Sussurros, espasmos d'alma,
Desmaios, perco o tino!
Abraços e mais afagos,
E desejos muito ardentes.
Corpos nus, enlaçados,
Saboreiam lábios quentes...
E em sonhos desvaneço,
Soltando frémitos loucos.
Entrego-me, perco-me, esqueço-me,
Vou morrendo, pouco a pouco...
Abandono-me no degredo,
Morrendo mil vezes em ti.
Meu amor, não tenho medo,
Nem da morte, nem de mim.
Este amor vive d' incúria,
E d' intrépida certeza
Vive d' ânsias de luxúria,
E desejos de pureza...
Entre as estrelas e o luar,
Alva luz que tudo inunda,
O importante é amar,
Resta-me a noite profunda.
Vem oh noite, acalma a dor!
Segreda-me enquanto dormem;
Traz-me novas do meu amor,
Queira Deus que não me acordem...
Mena
Em tempos atrás, viviam duas crianças, um menino e uma menina, que tinham entre
ResponderEliminarquatro e cinco anos de idade.
O menino chamava-se Amor e a menina, Loucura.
O Amor sempre foi uma criança calma, doce e compreensiva. Já a Loucura era
muito emotiva, passional e impulsiva, entretanto, apesar de todas as
diferenças,
as crianças cresciam juntas, inseparáveis: brincando, zangando...
Houve um dia, porém, em que o Amor não estava muito bem, e acabou cedendo às
provocações de Loucura, com a qual teve uma discussão muito feia. Ela não
deixava falar; estava furiosa como nunca com o Amor, e começou a
agredi-lo, não só verbalmente, como de costume.
A menina estava tão descontrolada que agrediu o amor fisicamente e, antes
que pudesse perceber, arrancou os olhos do Amor.
O Amor, sem saber o que fazer, chorando,ficou imóvel a pensar no que estava acontecer,
Inconsolada, Afrodite implorou a Deus que ajudasse seu filho e que
tivesse um castigo a Loucura.
Deus, por sua vez, ordenou que chamassem a garota para uma séria conversa.
Ao ser interrogada, a menina respondeu, como se estivesse com
a razão, que o Amor havia lhe aborrecido e que foi merecido tudo o que
aconteceu.
Embora soubesse que não fora justa com seu amigo,
a menina - que nunca soube se desculpar - concluiu dizendo : que a culpa
havia sido do Amor, e que não estava nem um pouco arrependida.
Deus, perplexo com a aparente frieza daquela criança,
disse que nada poderia fazer para devolver a visão ao Amor,
mas ordenou que Loucura estaria condenada a guiá-lo por toda a eternidade,
estando sempre junto ao Amor em cada passo que este desse.
E até hoje eles caminham juntos.
Onde quer que o Amor esteja, com ele estará Loucura, quase que fundidos numa
só essência, tão unidos que por vezes não se consegue definir onde termina o
Amor e onde começa a Loucura.
É também por isso que se costuma dizer que o Amor é cego.
A verdade é que o Amor tem os olhos da Loucura.
Isto é o verdadeiro amor...
Obrigado Filomena,adorei o blog,quando um amor é verdadeiro,é das melhores coisas que podemos ter...
Falta agora uma musica de fundo romântica,para quando o leitor entrar,ao ler as lindas palavras,ouve uma musica calma...
Se quiser,fale comigo,que arranjo imensas para tocar aqui...Beijinhos,Obrigado por partilhar este lindíssimo,e bem conseguido blog...
O sonho comanda a vida
Paulo, bem-vindo a este espaço de sonhadores...
ResponderEliminarA história que, presumo ser uma lenda, é muito bonita. A este nível emocional, acredito que sim, sempre estão acompanhados, temperando-se um ao outro!! Amor/loucura.. resume bem este poema.
Obrigada pelo carinho. Volte sempre.
Um grande abraço, :))
Mena
As vezs venho aqui neste teu canto e fico quietinho.. só sentindo esta presença poética bela!
ResponderEliminarBeju amiga!
William querido,
ResponderEliminarEstou tão sensibilizada que não tenho palavras.. bem sabes, só tenho sonhos!! ;))
Em tua homenagem e a este teu desabafo tão generoso, vou oferecer-te um cantinho para vires e usares sempre que te apeteça..
Um abraço pleno da mais terna e doce amizade <3
Filomena
Adorei este teu poema, querida Filomena. Foi para mim uma surpresa, como já te disse.
ResponderEliminarEsse conflito entre a luxúria e a pureza deu cabo de mim, literalmente :-)
Por favor, continua a compor e não te escondas, que qualquer pessoa com a mínima sensibilidade e bom gosto vai deleitar-se com preciosidades destas.
Um beijinho grande e muita força,
Alice
Alice, minha querida amiga do <3
ResponderEliminarTalvez não saibas quão importante, para mim, é a tua opinião..
Sim, escrevo numa tentativa de harmonizar os conflitos.. criar pontes de união entre o aparente oposto..
Hoje são 2 blogs, amanhã, talvez encontre um para a síntese :))
Abraço-te com o carinho do costume e obrigada por estares sempre presente.
Filomena
Lindo Filomena ... Vou voltar para ver os outros.... são cinematográficos.... :)
ResponderEliminarSão lindos .... contam histórias de nossos sonhos sonhados vívidos e vividos de alguma forma...
Vou voltar aqui para sonhar e quem sabe recordar ...
Beijão
Raquel,
ResponderEliminarMinha querida irmã de alma...
obrigada por vires aqui deixar o teu amor
Devolvo-to num abraço <3
Filomena